O evoluir da crise
(Inevitável? O pior será quando o dólar perder o valor)
Sabemos que os financiadores do Tesouro dos EUA, como a China e a Índia perderam inteiramente a confiança na capacidade de os EUA colocarem em ordem as suas casas monetária, financeira e economica antes que as repercussões da sua política se manifestem com força total. Estão preparando ações que afastarão o dólar para as franjas da política monetária e financeira internacional. Mesmo sem isto o dólar não resistiria.
Uma das manobras dos causadores do colapso para manter seu poder é impingir de novo o FMI para reger a economia dos países afetados, mas deixando de fora os dois mais endividados, os EUA e o Reino Unido. Na verdade mantendo-os como seus controladores. Outra, fazer dos direitos especiais de saque emitidos pelo FMI a nova moeda mundial.
Ora, quem deseje progredir deve se manter longe do FMI e rejeitar qualquer moeda mundial, desatrelando-se das reservas em títulos dos EUA e outros em dólares, nacionalizando sua economia e governando-a soberanamente. A compra de dólares para “recompor as reservas”, quando se sabe que ele perderá o valor é uma renomada tolice, se não for coisa pior.
Negócio da China (para os chineses)
(A China levará nosso petróleo por apenas 13 dólares o barril)
O Brasil faz papel de otário no empréstimo de US$ 10 bilhões à Petrobras, na verdade uma venda em troca de 200 mil barris/dia de petróleo por dez anos. Feitas as contas: a China pagará US$ 2.739.726,02 por 200 mil barris/dia. Cada barril sairá por US$ 13,70. O preço do barril hoje, a pior cotação dos últimos 10 anos, está em torno de US$ 35-40. E já chegou a 150!!! É claro que novamente subirá de preço.
Quanto aos 10 bilhões de dólares: quanto valerão daqui a um mês?
A falácia dos empréstimos externos
(Ninguém quer passar por ignorante reconhecendo que o rei está nu)
Quando um governo necessita de mais dinheiro (seja para construir, seja para roubar, seja para fazer assistência social) tem apenas quatro procedimentos possíveis: Aumentar os impostos, emitir moeda ou títulos do tesouro e pedir empréstimos externos.
Aumentar impostos tem um limite; a partir de certo ponto a arrecadação diminui, e se o imposto chegar a 100% a arrecadação será zero. Emitindo moeda causará inflação, pois haverá mais dinheiro do que mercadorias.
Títulos do tesouro, se vendidos internamente desviarão o capital produtivo para especulação e desequilibrarão as contas do governo pelo pagamento de juros.
Pior ainda para um país é pegar empréstimos externos (ou títulos vendidos no exterior, que vem a ser a mesma coisa. Dinheiro que chega de fora, sem a produção correspondente, causa inflação idêntica a emitir, e ainda tem que pagar, periodicamente os juros.
A dívida, ainda por cima, gera uma dependência que conduz a perda de parcela de soberania. Para mim era incompreensível como nossos governantes preferiam pedir empréstimos a emitir, até que um brilhante economista me contou como, no seu mestrado nos “States” fora convidado a trabalhar secretamente para eles e instado a conseguir emprego no “governo brasileiro”.
Teriam alguns de nossos ministros da fazenda e presidentes do Banco Central recebido o mesmo convite? E aceito?
CPIs
(O que se pode esperar)
Da Petrobrás - Certamente inibirá exageros nos cabides de emprego a corregilionários não eleitos. Talvez iniba também algum futuro desvio de verbas, mas não descobrirá culpados, pois dos onze escalados para investigar supostos desvios, oito respondem a processos criminais no STF ou receberam doações de campanhas de empresas ligadas à estatal. O provável relator, teve quase metade de sua campanha para o Senado, em 2002, bancada pela OPP, empresa incorporada à Braskem, da qual a Petrobras é sócia.
Das ONGs – Se a CPI da Petrobrás tende a ser neutralizada, a das ONGs ainda é apenas uma esperança. Ainda pode, deixando de lado as questiúnculas político-partidárias e a busca de culpados (que serão absolvidos na Justiça), entrar a fundo na atuação das ONGs para desnacionalizar a dividir o País, o que é muito mais importante.
Se for a fundo descobrirá que muitas ONGs foram orientadas e até financiadas por governos estrangeiros com finalidade de dominação; e que estão envolvidos os serviços secretos mais importantes do mundo... Que falta faz uma Abin eficiente!
Quem fica com o petróleo
A busca pelo recurso mais escasso, o petróleo, é o verdadeiro rosto da economia global, cujo apetite supera os limites da sustentabilidade e da Justiça. Com a descoberta do Pré-Sal não tem sentido continuar o modelo criado no Governo FHC, que cede o petróleo às concessionárias que os produzirem.
Entretanto o ministro das Minas e Energia, Edson Lobão afirmou ao Financial Times que companhias petrolíferas internacionais serão convidadas a fazer ofertas para concessões nos enormes campos "pré-sal" no Brasil já no próximo ano. Até o Lula havia dito: Todas as nações do mundo que descobriram muito petróleo mudaram o marco regulatório. Só o Brasil não o fez. Nisto ele tem razão. Verem os se são apenas palavras, como outras tantas afirmações presidenciais.
Acidente do Legacy
(acidente de trabalho no Serviço Secreto?)
Os laudos revelaram duas novas falhas: a de que os pilotos omitiram a informação de que o jato não possuía autorização para voar em uma área tida como espaço aéreo especial e a de que eles não fizeram uso do sistema anticolisão em nenhum momento durante o vôo. Os laudos concluíram também que o plano de vôo continha uma informação falsa, segundo o Ministério Público.
Em certo momento houve a suspeita que o Legacy poderia estar espionando o “poço do Caximbo”, para verificar se o Brasil estaria dando, secretamente, continuidade ao seu antigo projeto de obter armamento nuclear. A tentativa de fazê-lo sem ser identificado poderia explicar porque haviam desligado o transponder e saído da altitude prevista na área. Que falta faz uma Abin eficiente !
Podemos garantir a paz?
Onde há petróleo há conflitos. Não importa em que medida a aparência de uma guerra de culturas apareça vinculada às invasões do Afeganistão e Iraque (e a ameaça ao Irã), porque a realidade era, e é, que se trata de guerras pelo petróleo.
Atualmente, a segurança de um país e a defesa de seus legítimos interesses estão, na prática, vinculadas à posse de armas nucleares e à de ogivas de alcance intercontinental.
No Brasil, dois presidentes foram responsáveis pela fragilização de programas de defesa militar do país: Collor, quando em 1990, mandou acabar, no sul do estado do Pará, com o "poço nuclear da Serra do Cachimbo"; e Fernando Henrique ao assinar, contra a opinião dos militares, em 1997, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.
Talvez o mais lúcido dos membros deste governo, Mangabeira Unger é de opinião que deveríamos desenvolver armas nucleares. Declarou ele:
“Em primeiro lugar, por causa dos nossos interesses, os interesses nacionais brasileiros. Fica muito claro no mundo que quem ata suas próprias mãos, quem amarra suas próprias mãos é levado muito menos em conta. Veja o grande contraste dos privilégios de que desfruta a Rússia nas organizações internacionais e no relacionamento com os Estados Unidos e a posição minúscula a que continua condenado o Brasil. Mas, em segundo lugar, por conta dos interesses da humanidade, que são mais importantes do que os nossos interesses nacionais. O Brasil e seu governo estão cheios de defeitos. Mas um defeito que nunca tiveram é ser beligerante irresponsável, nesse particular, ao contrário dos Estados Unidos. Não há nenhuma razão para acreditar que o mundo ficará mais seguro com armas nas mãos de Estados Unidos e de um grupo pequeno de países como o Paquistão e a Índia, mas não nas mãos do Brasil - pelo contrário; a difusão de armamentos nucleares em potências médias até que se promova o desarmamento nuclear generalizado aumenta a segurança mundial porque cria contrapartidas à hegemonia dos Estados Unidos e inibe os Estados Unidos do que tem sido o exercício irresponsável de seu poder hegemônico”.
Coréia: Uma guerra para solucionar a crise?
É improvável: Se a Coréia do Norte realmente tiver a bomba e mísseis que a transportem, jamais será atacada. A não ser que esses artefatos possam ser destruídos antes do uso.
Gélio Fragapani
Comentário da semana nº 37 –31 de maio de 2009
segunda-feira, 1 de junho de 2009
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