Ainda a "Raposa"
Incompreensível, para quem pensa na Pátria, a decisão do STF. Mais cedo ou mais tarde o Congresso vai rever e modificar a Lei.
Há dois anos, o Romero Jucá disse em uma roda, que a demarcação da Raposa era irreversível. Estava enganado ou enganando; nem as fronteiras nacionais são irreversíveis. Nenhuma fronteira foi traçada por Deus; são apenas resultado de pressões: pressões econômicas, políticas, militares e demográficas, sendo esta última a única definitiva.
Sobre essa artificial fronteira criada pela decisão do STF, assistimos o choque entre as pressões políticas e as pressões demográficas. No momento venceu a pressão política. A geopolítica nos ensina que a longo prazo a pressão demográfica vencerá.
Os indígenas buscam saúde, educação e outras benfeitorias, não querem ser isolados. Não se pense que estamos preservando a cultura deles, apartando-os da convivência com a sociedade brasileira. O cenário real é diferente, os índios terão a terra contínua demarcada, mas, em busca de uma melhor condição de vida irão viver nas periferias das cidades. Esta afirmação é uma visão da realidade; a periferia de Boa Vista, capital de Roraima já concentra a maior parte da população indígena do estado.
Eles, os donos da imensidão da Terra Indígena São Marcos e de tantas outras, abandonam em massa essas imensidões vazias em busca de uma melhor qualidade de vida, mesmo sobrevivendo de caridade e do assistencialismo enquanto não conseguem um humilde trabalho.
As Terras Indígenas abandonadas pelos índios são fruto da cobiça de muitos, mas não podem ser tocadas pelos brasileiros. A pergunta é: quem irá defendê-las?.
Enquanto isto...
O Ayres começa a perceber a enrascada em que se meteu. Seu empenho em retirar imediatamente os moradores não-índios esbarra na impossibilidade de retirar o gado e as máquinas no prazo em que estabeleceu; em não haver lugar para levar o gado; na má vontade da Guarda Nacional, onde já há quem ensaie acompanhar o Exército na negativa a servir de capitães de mato.
Esboça-se, na melhor hipótese, apenas um conflito entre índios. "Vai ter briga de índio contra índio, vai ter derramamento de sangue, porque a gente não vai aceitar isso", disse o tuxaua da comunidade do Flexal, município de Uiramutã, Abel Barbosa, secretário-geral da Sodiur
A esses fatores podemos acrescer o efeito da crise, que secou o ouro das ONGs e restringe a farra dos órgãos governamentais, principalmente da Funasa. Isto e a interrupção das atividades produtivas causará fome. A fome causa criminalidade e revoltas, e estas podem não se restringir a Roraima. Se a Abin está cumprindo sua função, certamente já avisou ao governo que sempre diz não saber de nada.
Foi anunciado que haveria a criação de um "Território Federal Indígena", que abrangeria mais de uma reserva. Ainda não vi confirmação disto, que transformaria nossa Pátria num conglomerado de nações hostis.
Razões da crise internacional: emissões e petróleo
(ou petróleo e emissões ??)
Até 1971, a emissão de dólar era garantida por lastro-ouro. A partir daquele ano, unilateralmente, os EUA eliminou a obrigação de lastro, mas sua moeda, embora tornando-se fictícia, continuou sendo o valor de referência. Calcula-se que hoje, 94% dos dólares em circulação no mundo não têm lastro. Um dia iria estourar, por haver mais dólares que bens no mundo.
Com o decréscimo da produção mundial de petróleo, os preços aumentavam exponencialmente, forçando os EUA a emitir mais e mais. Sem saída, os EUA com déficit de US$ 13 trilhões, importando mais de 5 bilhões de barris por ano, tiveram um alívio quando com a crise, o consumo caiu e os preços despencaram, mas a confiança no dólar já estava abalada.
Economistas amestrados afirmaram que os EUA iriam sair primeiro da crise, pois o seu Banco Central saiu na frente em socorro de sua economia. Entretanto, as gigantescas emissões de socorro ao sistema financeiro apenas joga gasolina no fogo, pois só aumenta a quantidade de dólares sem lastro, que é a razão real da crise.
A evolução da crise mundial
Os europeus estão céticos com as medidas econômicas americanas, baseadas na impressão de bilhões de dólares, confiando que eles continuariam sendo entesourados por europeus e asiáticos e mesmo, sul-americanos. Três governos na Europa já foram derrubados com a crise. Começou um efeito dominó que ameaça muitos estados nesta atual fase da crise mundial.
A Suíça tremula. Zurique se alarma. Os belos bancos, elegantes, silenciosos de Basileia e Berna estão ofegantes. Poderia se dizer que eles estão assistindo a uma morte ou estão velando um moribundo. Alguns países (sem procurar ainda um atrito mais forte com os americanos) sugerem a implantação de um pacote de moedas visando substituir ou atuar em conjunto com o dólar no mercado mundial. Todos temem, não mais a implosão do dólar, pois isto já é certo, mas suas conseqüências.
A União Européia compra em dólares, para se livrar deles, mas só vende em euros. As autoridades chinesas levantam a questão de uma nova moeda internacional na videoconferência de Paris. Além disso, a OPEP também não quer mais vender seus produtos em dólar. Somente a Arábia Saudita ainda hesita. As últimas noticias dão conta que será lançada a 1 de Janeiro de 2010 o "Khaleel", moeda comum dos estados petrolíferos do Golfo,com equivalência em barris de petróleo, talvez não com a pretensão de substituir o dólar, mas com certeza com a intenção de o evitar.
O mundo está em perigo. A cada estágio de agravamento da crise veremos mais e mais multidões nas ruas, a bradar contra algum dos efeitos da crise. Mais greves para manter privilégios que não poderão ser mantidos. Os desempregados serão multiplicados as dezenas de milhões, em todo o mundo. Essa multidão não sabe o que fazer. Como zumbis, repetirão os chavões dos revolucionários inescrupulosos. Uma explosão de violência caótica é perfeitamente previsível e a chegada ao poder de líderes carismáticos e messiânicos. Guerras, revoluções e genocídios são os efeitos temidos, mas prováveis.
O Titanic está afundando. Quem viver verá.
Os reflexos no nosso País
Outrora, quando o Brasil era essencialmente rural e importava toda a espécie de manufaturados, a interrupção das importações ( causadas por guerras mundiais e crises), se revelava de certa forma benéfica pois induzia a fabricação no próprio País. Sendo então composto por 80% de população rural, os efeitos danosos dos cortes da exportação (de café) atingiam mais aos 20% da população, que habitando nas cidades, tinham seus empregos comprometidos. No campo, a economia exportadora também ficava abalada, mas para 80% da população, composta por sertanejos, nunca haveria fome.
Agora a situação mudou. 80% dos brasileiros habitam nas cidades e estes formarão uma massa crítica de desempregados capaz de desestabilizar o regime vigente. Os números são assustadores. A única forma de atenuar o problema seria desligar-se inteiramente do sistema financeiro atual, como tentam fazer a Europa e os árabes, mas é exatamente o contrario do que fazem o Banco Central e o governo. Enquanto o dólar não cai, os gringos compram a qualquer preço as empresas produtivas brasileiras, principalmente as usinas de álcool, drenando os lucros ainda existentes a troco do papel pintado que breve perderá o valor. É entrar no Titanic quando se sabe que vai afundar.
Agravando a situação, nossas riquezas naturais atrairão ambições, incentivadas pela nossa debilidade militar. Está mais fácil dobrar o Brasil do que ao Iran, que tem um sétimo de nossa população e é infinitamente menor. O antagonismo racial incentivado pelo governo e oficializado pelo STF ainda nos enfraquece mais. Há pouca esperança que nos mantenhamos inteiros se governados pelos seguidores do desagregador Lula ou do traidor FHC. Brasil, desperta!
Gélio Fregapani
Comentário da semana nº 30 - 29 de março de 2009
domingo, 29 de março de 2009
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