quarta-feira, 8 de junho de 2011

Pressões: Belo Monte, Armas Nucleares e Desmatamento

Pressões irresistíveis?
Collor cedeu as pressões no caso ianomâmi;
FHC, na venda da Vale, entre outras;
Lula também, na Raposa-Serra do Sol
Dilma declarou ter medo das repercussões internacionais se aprovado o Código Florestal. Ela enfrentou corajosamente no caso de Belo Monte.
Manterá a coragem no caso do Código?

O caso da UHE de Belo Monte
A usina de Belo Monte será a terceira maior do mundo pela capacidade instalada. Só será menor que o projeto binacional de Itaipu e a Usina de Três Gargantas, na China. Contudo produzirá bem menos energia na estação seca (junho a agosto), pois os ambientalistas conseguiram que fosse diminuída a cota da barragem. Na média Belo Monte produzirá apenas 4,5 mil MW de energia para o sistema elétrico. Os verdes fingem não compreender que barragens são a melhor maneira de acumular energia

Ainda assim o projeto será importante dentro do sistema interligado. Enquanto houver vazão para ativar as turbinas em Belo Monte, o Operador Nacional do Sistema Elétrico pode fazer que outras usinas parem de produzir e, portanto, economizem água nos reservatórios. Essa a grande vantagem de Belo Monte, segundo os técnicos do setor.

Entretanto, o embate tenderá a se acirrar, sobretudo nos grupos ambientalistas ligados à comunidades internacionais. Não bastasse a exigência da comissão de direitos humanos da OEA, agora a ONU quer discutir a UHE de Belo Monte.

É bom que pensemos nisso antes de ficarmos brigando entre nós por preferências políticas

O caso das armas nucleares
Os países continuam divididos em castas no século XXI, e tudo indica que sempre será assim. A casta superior tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, e o divisor é a posse consentida de armas nucleares. Aos demais é vedado não só a posse das armas, como da ciência que possibilitaria sua fabricação..

É impensável a abolição das armas nucleares, e quem não as tem, não tem vez. Países pequenos e fracos aceitam a imposição para evitar um mal maior. Outros, por diversas circunstâncias a aceitaram voluntariamente, se amesquinhando perante a casta superior, na prática, vinculada à posse de ogivas nucleares de alcance intercontinental

Dois presidentes foram responsáveis pela fragilização de programas de defesa militar do nosso País: Collor, quando mandou acabar, no Pará, com "poço nuclear da Serra do Cachimbo" e FHC ao assinar o Tratado de Não Proliferação.

FHC assinou o tratado, mas tratados podem ser denunciados, mormente quando outros países, com maior visão, as estão construindo ou as planejando obter.

O caso do desmatamento
Os ambientalistas que apenas leram sobre a Amazônia ou quando muito a sobrevoaram podem acreditar que a região é uma grande planície,e que a soja é a responsável pelo desmatamento, mas a acreana Marina Silva sabe que o relevo da floresta é demasiadamente ondulado e cortado por igarapés para permitir o uso extensivo de máquinas agrícolas. A inclinação do relevo e a excessiva umidade desestimulam a plantação de grãos. A área só se presta para a arboricultura, de seringueiras, ou dendê, por exemplo.

Isto significa que o nosso País não planta soja na Floresta, nunca plantou. O plantio se dá no Cerrado e no máximo na zona de transição.. A confusão seria compreensível se tratando dos ecoxiitas de Ipanema, mas não para uma acreana.

Amazônia Legal nem sempre significa Floresta, e o Cerrado queima muito antes da descoberta do Brasil, faz parte de seu ecossistema. A diminuição das queimadas se deu exatamente pelo plantio de soja em larga escala nos cerrados, que agora sim, tem de fato a troca na fotossíntese pois caule não faz fotossíntese, apenas as folhas O que o País precisa é conhecimento e não briga de ambientalistas de gabinete muitas vezes teleguiados pela concorrência estrangeira!

Alerta econômico
Está passando quase despercebido o crescimento do déficit em transações correntes devido as maciças remessas de lucros e dividendos. Por enquanto ainda temos reservas cambiais, mas isto acaba.

A grande entrada de dólares, que compensaria o déficit, é uma perigosa quimera, pois desnacionaliza a capacidade produtiva da nação; aumenta a remessa de lucros e some imediatamente quando lhe for conveniente.

Questão do desarmamento
Agora, quem não quer o plebiscito são os que querem o desarmamento do cidadão de bem. Já viram que serão fragorosamente derrotados...

O povo não é bobo. Sabe que os bandidos nunca vão se desarmar, e já sentiu que a certeza da impossibilidade de reação só estimula os assaltos.

Tudo nos indica que, com o desarmamento, além da banalização dos assaltos, se multiplicará os “arrastões” em edifícios inteiros, algo que jamais aconteceria com alguns dos moradores armados e dispostos a lutar.

Recebido de um irmão de armas:
“Se o general permanece em silêncio enquanto o governante leva a nação à guerra com meios insuficientes, assumirá a responsabilidade pelos riscos”

“O general que fala bem alto sobre o preparo para a guerra, enquanto a nação está em paz, coloca em risco sua posição e seu status. Entretanto, o general que fala muito baixo coloca em risco a segurança de sua nação”

Busto de Zumbi amanhece pichado
Sempre estranhei o grande busto do Zumbi na Av. Presidente Vargas, como se fosse um herói nacional. Na verdade era inimigo; lutou contra nós. Sua personalidade era a de um escravocrata malvado e cruel. Será que foi homenageado só por ser negro?

Na mesma avenida existe um outro busto: o do marinheiro Marcílio Dias, este era um homem digno, e morreu heroicamente combatendo pelo nosso País. Sua estátua é; dez vezes menor do que a do Zumbi. Há uma inversão de valores nesses monumentos.

Isto é racismo? Não! No lugar do Zumbi deveríamos homenagear o Henrique Dias; este sim, um herói brasileiro que honraria qualquer raça
Que Deus guarde a todos nós

Gelio Fregapani
Comentário nº 98
07 de junho de 2011

ADENDO: Recrudesce a Ofensiva Ambientalista
Tudo contra Belo Monte!...

Relativamente a Belo Monte, verificamos entre os críticos ligados ao ISA-Instituto Sócio-Ambiental (de ligações com o CMI-Conselho mundial de Igrejas, CIMI-Conselho Indigenista Missionário/CNBB, MMA anterior e seus “infiltrados” tipo João Paulo Capobianco, ex-Secretário Executivo do MMA e membro fundador do ISA, WWF, etc.) o artigo de um deles que, como todos no “site” do ISA, combatia a construção daquela usina porque esta geraria energia para o processamento do alumínio. Revendo o texto da entrevista de abril de 1983 com Thomas Lovejoy da WWF, proponente do mecanismo de troca de "dívida por natureza" :

"O maior problema são esses malditos setores nacionalistas desses países em desenvolvimento. Esses países pensam que podem ter o direito de desenvolver seus recursos como lhes convêm. Eles querem se tornar potências, países soberanos e elaboram suas estratégias..." ; ..."o problema real é esse nacionalismo estúpido e os projetos de desenvolvimento aos quais ele leva." ... "Por exemplo, no Brasil, você tem estes ambiciosos projetos para a exploração do alumínio. Bem, é uma boa idéia, mas não pode ser realizada sem uma oferta maciça de energia, e é aí que residem certos problemas. Os brasileiros pensam que podem desenvolver a Amazônia, que podem tornar-se superpotência. Vivem de peito estufado com isso. Portanto, você tem que ser cuidadoso. Você pode ganhá-los com pouco. Deixe-os desenvolver a bauxita e outras coisas, mas reestruture os planos para reduzir a escala dos projetos de desenvolvimento energético alegando razões ambientais. Eles não podem conseguir dinheiro agora. Então fazemos com que alguns bancos digam a eles que eles podem conseguir dinheiro para o que estamos sugerindo. Então, alguns de nossos amigos no ministério do Planejamento vêm e dizem que isto é uma boa idéia." Pergunta:"E quem lucrará com a exploração da bauxita?" Lovejoy: "O dinheiro para o investimento virá de vários lugares e os lucros também irão para vários lugares, e patrocinadores do WWF estarão bem no meio das coisas. Temos problemas com as nações, e talvez as nações como instituições se coloquem no caminho de tudo, dos empreendimentos lucrativos ambientalmente saudáveis. .... O que faz o presidente mundial da WWF, o príncipe Philip, pensar assim? " Ele sabe que o mundo funciona à base de lucros e de retorno de investimentos. É assim que a Grã-Bretanha tem sido dirigida por séculos. Ele também tem a coragem de falar contra os abusos de vários governos nacionais e de suas políticas míopes".

No documento seguinte uma visão histórica.
RECRUDESCE A OFENSIVA AMBIENTALISTA CONTRA O BRASIL

A partir de 1988, a ofensiva ambientalista contra o Brasil ganhou uma dimensão inusitada, não para justificar uma operação bélica do tipo da Guerra do Golfo, mas a invasão de outro tipo de "tropas representadas por dúzias de ONGs vinculadas ao Establishment oligárquico. A idéia-força era a de que o Brasil era incapaz de cuidar adequadamente dos problemas relacionados ao seu meio ambiente, sugestão devidamente acompanhada pelo conseqüente e sub-reptício corolário de que a tarefa deveria ser confiada a mãos exógenas.

Quase que subitamente, os problemas ambientais brasileiros tornaram-se temas de debates em todo o mundo. As queimadas na Amazônia, cujo status foi elevado a ''herança comum da Humanidade" pelo jornal The New Xórk Times, foram objeto de diversos editoriais e reportagens deste e de outros órgãos da imprensa internacional, além de ilustrarem amplamente a famo­sa reportagem Planet of the 1éar da revista Time, em janeiro de 1989.

Da mesma forma, os programas energéticos nacionais, principal­mente alguns projetados empreendimentos hidrelétricos na Amazônia, tor­naram-se alvo das considerações de governos, agências financeiras e orga­nizações ambientalistas internacionais. Estas últimas, em várias ocasiões, chegaram a convidar lideranças indígenas brasileiras para discutir os impactos ambientais dos citados projetos, além de patrocinarem diversos conclaves internacionais sobre o assunto.

Em fevereiro de 1989, o CEDI e um grupo de ONGs encabeçado pela NWF e o NRDC, com o apoio de órgãos oficiais do Governo do Cana­dá, realizaram o chamado Encontro de Altamira, nesta cidade paraense. No evento, autoridades do Governo brasileiro foram "convidadas" a discutir os projetos de desenvolvimento da Amazônia - principalmente usinas hidrelé­tricas - com lideranças indígenas da região e representantes de ONGs nacio­nais e internacionais, diante de uma grande platéia de jornalistas de vários países. O grande destaque propagandístico do encontro foi a ampla difusão na imprensa internacional da fotografia de uma índia caiapó esfregando um facão no rosto do diretor da Eletronorte Antônio Muniz Lopes, pa ra protestar contra as projetadas usinas hidrelétricas. Na ocasião, o presidente do recém-criado Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Fernando César Mesquita, afirmou que a campanha ambientalista contra o Brasil era uma manobra do Departamento de Estado dos EUA.

Outros alvos constantes de críticas externas, provenientes dos mesmos círculos e oriundas, em especial, dos Estados Unidos, foram os programas brasileiros de tecnologia de ponta, particularmente os associados às Forças Armadas, como o programa nuclear autônomo e o programa aeroespacial, invariavelmente vinculados a supostas pretensões militaristas. Tal campanha, que seria plenamente endossada pelo Governo Collor, a partir de 1990, culminou com o virtual desmantelamento destes esforços.

Em fevereiro e março, em Haia, Holanda, ocorreram duas confe­rências internacionais sobre o meio ambiente, às quais compareceram os chefes de Estado de 23 países. Na ocasião, o presidente francês François Mitterrand e seu chanceler Michel Rocard afirmaram explicitamente que paises como o Brasil deveriam abrir mão de "parcelas de soberania" sobre ecos sistemas como a Floresta Amazônica, para facilitar a sua preservação como um "patrimônio da Humanidade".

Em Haia, Rocard também falou abertamente sobre a criação de um tribunal internacional para julgar crimes contra o meio ambiente, proposta endossada pela primeira-ministra norueguesa Gro Harlem Brundtland.

A despeito da reação de setores nacionalistas brasileiros, notadamente as Forças Armadas, o Governo Sarney não foi capaz de resistir às pressões internacionais de maneira categórica, vendo-se na contingência de fazer várias concessões ao lobby ambientalista. Um deles foi a criação do IBAMA, aproveitando o pessoal da antiga SEMA e do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF). Ao mesmo tempo, foi criada no Itamaraty uma Divisão de Assuntos Humanos e Ambientais. Outra concessão, de maior alcance, foi a apresentação da candi­datura brasileira para sediar a reunião das Nações Unidas que deveria marcar os 20 anos da Conferência de Estocolmo, em 1992.

Em seu livro, Elaine Dewar descreve uma entrevista com Ricardo Carvalho, o primeiro chefe da divisão ambiental do Itamaraty, na qual ele explica as razões para a mudança de atitude do Governo brasileiro. A explicação revela tanto o tradicional "pragmatismo" da diplomacia brasileira como a ilusória percepção que orientava a sua conduta naquele momento crucial:

Ele confirmou que o Governo brasileiro havia mudado recentemente as suas visões sobre as ONGs. Ele disse que elas tinham um papel a desempe­nhar em levar os problemas à atenção do Governo. A crise ambiental levantada pelas ONGs podia não ter qualquer relação com a realidade, mas, não obstante, ela havia criado momentos difíceis para o Brasil no Banco Mundial. O Brasil não havia conseguido novos empréstimos nos últimos três ou quatro anos. O Brasil também havia participado de vários encontros globais sobre a depleção do ozônio, o aquecimento global e assim por diante. Era importante que o Brasil tivesse alguma influência nessas confe­rências, porque ele vivia das suas exportações e essas resoluções, em con­junto, poderiam ter profundos impactos nos negócios brasileiros. Após a criação do Protocolo de Montreal, o Brasil havia sido recomendado a modificar a sua indústria de refrigeração, o que iria requerer 'muito di­nheiro, que nós não temos'. Na Conferência sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento da ONU, a se realizar no Rio em 1992, as necessi­dades dos países em desenvolvimento seriam levadas em consideração. Se a segurança do planeta estava em jogo, então, 'transferências de tec­nologia não podem ser feitas sobre uma base comercial', disse ele.

Nesse período, manifestações "populares" contra a suposta insensibilidade ambiental do Brasil ocorreram em vários países. Uma delas ocorreu em Londres, em 14 de setembro de 1989, quando manifestantes liderados pela proprietária da rede de lojas Body Shop, Anita Roddick, bloquearam a porta da embaixada brasileira com dezenas de sacos de cartas de protesto contra a "devastação da Amazônia". Embora sob a aparência da iniciativa de uma diletante, a ação da Sra. Roddick - simultânea à publicação de um impor­tante editorial da revista The Economist sobre a Amazônia - constituiu apenas uma das pontas visíveis, ao nível da ação de rua, da bem articulada campa­nha que insiste em levantar a velha bandeira de que "a imensa riqueza da Floresta Amazônica deve ser explorada em benefício da Humanidade", como constava de um documento lido na ocasião pelos manifestantes. Participando diretamente da ação estavam ONGs como Friends of the Earth, Survival International (que se propunha a sabotar todos os fluxos fmanceiros internacionais destinados a projetos na Amazônia até que o Governo brasileiro reconhecesse os "legítimos direitos dos indígenas"), Greenpeace, Oxfam, Forest Peoples Support Group e outras.

Sintomaticamente, a empresa de Roddick e a sua militância ambien­talista estão umbilicalmente ligados ao aparato ambientalista-indigenista anteriormente mencionado. Todas as suas ações no Brasil eram desempe­nhadas em estreita coordenação com a Cultural Survival e a embaixada canadense em Brasília.

Dias depois, em 30 de setembro e 10 de outubro, em Sheffield, também na Inglaterra, a ONG Brazil Network copatrocinou, com o Instituto Católico de Relações Internacionais (CIIR), ONG londrina sem qualquer relação com a Igreja Católica, um simpósio sobre o tema ''Amazônia: Meio Ambiente de Quem?, Luta de Quem?", cujo propósito declarado foi organizar uma federação internacional para supervisionar as campanhas ecológicas sobre a Amazônia. O representante da Brazil Network e do CIIR no Brasil é o Instituto de Estudos Sócio-econômicos (INESC), de Brasília, que realiza um trabalho de lobby para essa rede internacional dentro do Congresso brasileiro.

A Brazil Network, atuante na Inglaterra e nos Estados Unidos, se apresentava como "uma organização independente, fundada para aprofundar o intercâmbio de informações entre grupos comprometidos com o melhoramento dos direitos humanos e a proteção ambiental no Brasil". Nos EUA, atuava em estreita cooperação com o EDF e a Conservation International.

No rastro da campanha, o Governo do presidente estadunidense George Bush, sob a instigação da primeira-ministra britânica Margaret Thatcher e trazendo a tiracolo o presidente francês François Mitterrand, apressaram-se em surgir como "campeões do meio ambiente", denotando a crescente relevância da temática ambiental nas relações internacionais e o maldisfarçado intento de obstaculizar as aspirações de desenvolvimento das nações do Sul. O próprio Bush pressionou diretamente o Governo do Japão para impedir a concessão ao Brasil de um financiamento para a con­clusão da pavimentação da rodovia BR-364, no trecho que liga o Acre ao Peru, permitindo o acesso rodoviário aos portos deste país. Por sua vez, Thatcher apoiou uma série de esforços para vincular o pagamento da dívida externa de países como o Brasil à venda dos recursos naturais destes.

Durante todo o ano de 1989, o Brasil recebeu as visitas de várias delegações estrangeiras, principalmente dos EUA, integradas por congres­sistas, líderes ambientalistas, jornalistas, artistas e até mesmo autoridades do porte do vice-primeiro-ministro holandês Rudolf de Koorte, as quais, além de virem professar in loco as suas preocupações com o meio ambiente brasileiro, aproveitaram a oportunidade para promover uma das meninas dos olhos da campanha ambientalista internacional, as conversões de "dívida por natureza". Porém, pelo menos no tocante a est e último item, a despeito de contar com vários aliados no País, a proposta não foi adiante naquele momento.

A situação se agravaria com o advento do Governo Collor, em 1990, Utna vez que não apenas o próprio presidente da República, como dois dos principais membros do seu gabinete, o secretário do Meio Ambiente José Lutzenberger e o secretário de Ciência e Tecnologia (depois Meio Ambiente) José Goldemberg, eram notórios adeptos da "Nova Ordem Mundial" de Bush & Cia., sendo ambos integrantes destacados da rede de ONGs e fundações familiares oligárquicas que a apóia.

Em sua viagem inaugural como presidente eleito, em fevereiro de 1990, Collor pode verificar in loco a importância que as nações do Hemisfério Norte atribuíam ao "fator ambiental" para as suas relações com o Brasil. Na véspera da visita do presidente eleito à Inglaterra, o príncipe Charles fez agressivas declarações públicas, qualificando a situação da Amazônia de "um pavoroso modelo de genocídio coletivo". Durante a sua estada em Londres, numerosos grupos ambientalistas realizaram ruidosas manifestações contra o Brasil. Na ocasião, o presidente brasileiro respondeu anunciando a no­meação de Lutzenberger para a Secretaria Especial do Meio Ambiente. Igualmente, ele convidou Charles a visitar o Brasil, o que ocorreria em abril do ano seguinte.

Em Washington, Collor reuniu-se com o presidente George Bush e o administrador da Agência de Proteção Ambiental, William Reilly, de quem recebeu uma verdadeira lista de reivindicações ambientais.

Em 11 de fevereiro, o jornal The New Yórk Times comentou com entusiasmo os resultados ambientais da viagem presidencial: "Collor foi surpreendentemente conciliatório com os ambientalistas".

Em Moscou, durante uma visita à Academia de Ciências da URSS, Collor recebeu outra manifestação da articulação "verde" Leste-Oeste então predominante, ao ser surpreendido por um elogio rasgado ao físico José Goldemberg, feito pelo vice-presidente da Academia, Yevgeny Velikhov, assessor do presidente soviético Mikhail Gorbachov para assun­tos de não-proliferação nuclear e desarmamento.

Grandemente interessado em emprestar um elemento de cosmo­politismo e credibilidade internacional ao seu gabinete, em sua maioria constituído de figuras de relevância meramente regional, Collor não hesitou em convidar Goldemberg para a Secretaria de Ciência e Tecnologia, que substituía o extinto ministério do mesmo nome. Com Goldemberg e Lutzenberger, ele pensava em aprofundar os vínculos com o aparato mais dinâmico da "Nova Ordem Mundial", as redes New Age do movimento ambientalista e suas ramificações "pacifistas" do mo vimento de não-proliferação nuclear, que apenas ocultavam a política de "apartheid tecno­lógico" do Establishment oligárquico.

Em setembro, em sua primeira visita oficial aos EUA, Collor recebeu um inusitado documento de 30 senadores estadunidenses, apoiando entu­siasticamente as duas nomeações. O documento, redigido pelo senador Timothy Wirth, um notório adepto da instrumentalização política do ambientalismo, é explícito: ''Vossa nomeação do Dr. José Lutzenberger

para Secretário Nacional do Meio Ambiente e do Dr. José Goldemberg para Secretário Nacional de Ciência e Tecnologia constitui um sinal muito positivo do vosso compromisso com uma nova era de desenvolvimento do Brasil... Um dos grandes desafios que o Sr. deve, indubitavelmente, enfrentar é balancear a necessidade de administrar recursos naturais e o controle da poluição com urgentes necessidades econômicas, a pobreza crônica e a carga da dívida externa... Nós concordamos em que soluções para essas dificuldades devem ser consideradas conjuntamente. Em particular, vínculos entre negociações para a redução da dívida e a proteção ambiental são bastante promissoras.

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